
Você já ouviu falar de terapia familiar? Como é um assunto que ainda não é muito falado vou trazer algumas informações.
Mas antes de falar sobre a terapia familiar propriamente dita é importante pensarmos: o que é família?
A noção de família, os papéis desempenhados, a forma como acontece as relações familiares, foi mudando ao longo do tempo e é diferente em diversas culturas. Então não tem como falarmos em modelo único de família.
Eu entendo família como um conjunto de relações entre pessoas que tem algum laço seja biológico ou de afetividade em que os membros estão em constante interação e crescendo juntos.
É esperado ainda que seja espaço de proteção, embora nem sempre seja assim.
As relações iniciais que se estabelecem no seio familiar serão fundamentais para a formação da identidade, da visão de mundo, das crenças a respeito de como as coisas são e como o mundo funciona. Como a família está em constante diálogo com o meio social mais amplo ela vai se atualizando, se modificando e refletindo as crises e contradições da sociedade que faz parte.
Então quando o bebezinho nasce ele é inserido nesse ambiente físico e psicológico que tem uma história, que tem mitos próprios, rituais, regras. Essa família, por sua vez, está inserida em uma cultura que vai influenciar os papéis dos membros e a forma como ela se organiza.
Só que a criança não é somente receptora, ela também influencia a família, também colabora para a atualização e crescimento.
A medida que os membros vão crescendo, se desenvolvendo, tendo novas experiências , as relações também vão se alterando.
É muito diferente ser pai de um bebê e de um adolescente, não é? Isso por que o filho já não é mais o mesmo e nem os pais. A forma como exerce seu papel de pai ou mãe quando o filho é um bebê, o tipo de cuidado, a forma de se comunicar é diferente de como exerce seu papel de pai com um adolescente, embora tenha uma base comum.
E essas mudanças todas que acontecem na família vão gerando pequenas crises que empurram a família para novas formas de se relacionar.
Essas crises, podem ocorrer devido às mudanças de fase normais que acontecem na família ou por eventos extraordinários como doenças, morte precoce, divórcio, traição, etc.
O problema é quando a família não consegue lidar com as mudanças que acontecem, é rígida demais ou paralisa em interações e ações que não são efetivas. Uma outra questão que aparece no consultório é quando , por não conseguir resolver esses problemas de uma forma assertiva, os conflitos passam a ser frequentes e desgastar a relação.
Assim se temos problemas nas nossas relações, estamos incertos sobre o futuro do relacionamento afetivo, ou triste com a falta de harmonia na família, cansados com frequentes brigas e falta de resolução é aí que entra a terapia familiar. Na próxima publicação falarei um pouco mais de como funciona na prática.
Até lá